domingo, 13 de março de 2011

Já me importei por coisas maiores.

Quando vejo todas as crueldades do mundo, tantas crises sinto-me imobilizada por não poder fazer nada. E me importo com isso. De verdade.
Mas aí vem a vida com seus caminhos tortuosos nos mostrando o que é decepção, o que é gostar e não ser recíproco, o que é a frustração e principalmente, que viver é nada mais nada menos que sofrer. E então, vejo as fofocas e intrigas entre os meus colegas, vejo pessoas promissoras jogando algo tão valioso(como o sacrifício de alguém que ama você) no lixo, vejo que apesar de termos acesso a tudo nessa vida e termos discernimento do que é bom e do que é ruim ainda há gente que escolhe o ruim. E fico chateada por me importar com isso. Sim, porque a vida é de cada um e eu não tenho nada a ver com isso. Pelo menos é o discurso que escuto por aí. Mas isso soa tão egoísta, tão egocêntrico que estranho total.
Então olho as manchetes de jornais, onde se tem terremotos, enchentes e milhares de mortes e tragédias.
E quando retorno novamente à minha vida, e vejo os meus colegas tomando atitudes lamentáveis penso comigo mesma: já me importei por coisas maiores, muito maiores.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Agora é que são elas!

Sejamos sinceros. Odeio pessoas que se minimizam... Mais especificamente, eu ODEIO mulheres que se minimizam. Já não bastasse todo preconceito que gira em torno das mulheres, continuamos alimentando esse pensamento primitivo e retrógrado. É incrível como costumamos sair por aí dizendo que precisamos de mais direitos, temos que ser respeitadas e quando chegamos em casa simplesmente, reproduzimos tudo aquilo que contraria o que desejamos. Uma grande hipocrisia.
Eu mesma, odeio terminar de almoçar junto com a minha família e ter que lavar os pratos justamente por ser mulher. E desde quando mulher é sinônimo de doméstica? Tenho um irmão em casa e ele nada faz na faxina, justamente por ser homem. Porém, esse exemplo é pequeno. Não estou brigando pelo 'não-lavar-os-pratos'... Estou brigando pela ideologia, pela justificativa, que é no mínimo(para mim) lamentável. Se elevarmos o patamar das situações temos casos ainda mais injustos, como a diferença do salário entre o da mulher e o do homem, a hesitação e claro, a desvalorização.
Vamos encarar, sem machismos. Mulher é uma super-heróina. Vejamos do que ela é capaz de fazer e ainda por cima achar que tem seus direitos: ela consegue ser mãe, profissional e dona de casa. Sim, ela consegue. E ainda consegue ser tudo isso sob efeitos de hormônios filhos da mãe. E o homem? O homem, pela sociedade patriarcal, apenas 'cuida' da casa. Entendo que estejam assustados com a mulherada de hoje em dia, é que agora é que são elas.
São elas que estão dominando tudo, desde as compras de casa ao mercado profissional. Porque aos poucos, se tornou necessária a presença da mulher nesse cenário comercial, para a obtenção de maior lucro. Não pense que me iludo, se a DIT ainda fosse a regida pelo sistema feudal, por exemplo, ainda hoje a mulher de nada valeria. Mas é impressionante o que as mulheres conquistaram ao longo da história.
Nunca um gênero, foi tão discriminado desde a idade antiga. Um destino totalmente traçado, como um ponto móvel de um mapa pronto para ser mudado.
Então não me venham com conversinhas medíocres, eu me recuso a aceitar isso. Não me venha com palavras que não refletem as suas ações. Porque é mesmo que a mulher tem que ser submissa ao homem? Porque sempre que um jovem sai 'pegando todas' é bem visto pela sociedade e quando são elas as 'pegadoras' são consideradas 'piriguetes'? Tantos porquês. E todos sabemos a resposta. É bem simples, não precisa nem de tanto mistério: ainda somos patriarcais. Sim. Ainda temos vestígios daquele pensamento do século passado. E não adianta negar.
Se estamos mudando esse quadro? Não tenho dúvidas. Mas ainda enxergo nuances. Muitas nuances. O problema é quando decidimos ignorar tais nuances e fingimos que está tudo bem. 'Imagina, as mulheres têm direitos iguais'. Mentira. Doce ilusão. O fingimento só nos leva a mentira e acredite: nossas ideologias e comportamentos sociais se propagam ao longo das gerações. É por isso, que ainda agimos assim. Porque prefirimos mascarar algo tão óbvio do que encará-lo. Nova geração? Discernimento crítico? Que piada. Nada engraçada.
E enquanto nada disso muda, só me resta continuar a lavar os pratos com a justificativa de que eu sou mulher. Sim, eu sou mulher.