quinta-feira, 23 de junho de 2011

Meu pai está morando em Maceió. Por incrível que pareça, tem momentos em que me sinto vazia. Descobri que pareço (e necessito) dele, mais do que imaginava. Ele está aqui agora.

ENTÃO...

a gente sabe pouco sobre o amor.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Amor

segunda-feira, 20 de junho de 2011

99 não é 100.

Acabei de assisti o documentário "Lixo Extraordinário". Primeiro, tenho que ressaltar que não tinha a menor pretensão de um dia assistir esse documentário. Hoje foi o último dia de aula para o recesso de São João e o professor da primeira aula faltou sendo substituído por outro. E esse outro professor, resolveu passar o documentário mesmo que não desse tempo para assistir tudo(somente tínhamos 1:15). E isso mudou(nem que seja por um dia) minha visão sobre um segmento da sociedade.
Senti vergonha de mim mesma por não ter cogitado assistir esse filme. Porque ele é muito bom. O caráter humanista e a humildade te surpreeendem. E é triste observar, lendo algumas críticas, que algumas pessoas enxergam nuances negativas.
Dane-se o dinheiro e tudo o que tiver envolvido com isso, trata-se do essencial. E se não perceber o essencial  nesse tempo nada terá valido a pena. Em um dado momento, quando os personagens principais que são os catadores, decidem não voltar para a vida de antes, a esposa de Vik Muniz questiona a presença de Vik, Fabio e seus diretores na vida daquelas pessoas, visto que elas não querem mais voltar para lá e a equipe um dia iriam voltar para NY e tudo "voltaria ao normal". A pergunta dele diante dessa dúvida da esposa me supreendeu: Qual é o problema de mudar a vida dessas pessoas para sempre? E eu quase quis dizer em coro: é... qual é o problema?
Não há problema nenhum. É essa iniciativa transformadora que falta aos brasileiros. Muitos falam da exploração desses personagens pela equipe do artista Vik, mas eu discordo. Mostra-se claro no fim do filme que algo mudou e transformou a vida e a visão para vida daquelas pessoas. E só a mudança disso, terá valido a pena. É que muitos se apegam a esse detalhe e nada fazem para mudar a realidade nem que seja um pouquinho. Então criticar sem mudar o meio em que vive torna-se uma injustiça.
Eu não tenho esse direito, porque (como em um dado momento do documentário alguns dos catadores falaram) o que faço é separar o lixo, e jogar sempre na lixeira. A pergunta que não cala é: Para onde vai o lixo?
O personagem mais interessante para mim é Valter. O senhor de idade trabalhou 26 anos no Jardim Gramacho e como bem ressalta na sua apresentação não tem escolaridade nenhuma. E daí, o telespectador é pego de surpresa com a sua alta visão de consciência ambiental. É o famoso autor da frase 99 não é 100, para aqueles que dizem: mas é apenas uma latinha! Esse senhor, morreu pouco depois de conhecer Vik, de câncer de pulmão. E a sua presença no mundo(mudou a vida das pessoas que viveram ao seu redor) e também de nós meros telespectadores, que tivemos a oportunidade de conhecê-lo um pouco nesse documentário.
Cada minuto desse filme vale a pena. Cada minuto mesmo. É que essa é uma realidade brasileira, e nós que somo mais privilegiados, "esquecemos" de olhar para cada um deles. É uma pena, porque se ouve tanto o discurso de reciclar o lixo, e não se fala em reciclar vidas. Um filme sobre arte, mas que mostra o poder transformador da própria na vida das pessoas. Tanto naqueles catadores de lixo, quanto nós que fomos presenciados com essa verdadeira obra-prima que é a humanidade.
Aliás é importante ressaltar que a arte de Vik Muniz é inspiradora. E eu como pessoa que tem acesso "a tudo" senti-me angustiada com o fato de pouco saber sobre os brasileiros notáveis que existem tanto aqui, quanto Brasil afora.
Respondendo a pergunta de Vik Muniz ao contrapor a sua mulher: Não, não há problema nenhum. Mudar, quando todas as coisas nadam contra a correnteza, é necessário. Temos de nos tornar a mudança que queremos ver, e com certeza a visão do país que temos hoje, não é nada agradável.