sábado, 5 de junho de 2010

um desabafo. (3)

Quanto tempo sem postar aqui que fiquei órfã. Toda vez que eu queria postar fugia a oportunidade. Estou lendo muito esses dias(na verdade eu leio sempre), e estou me decepcionando com algumas histórias. Sério, o que aconteceu com a criatividade das pessoas? Leio sempre as mesmas histórinhas, onde tem a moçinha, o menino popular, e a vilã, então a mocinha por algum motivo encanta o menino popular, e sempre tem aquela que é malvadinha e vai fazer de tudo pra atrapalhar, típico de uma dominação dos filmes americanos. Isso é um saco! Além de estar batido.
Por isso que quando acho uma história fantástica, eu salvo. Vai que o autor exclui? Além do mais eu adoro depois de uns 3 meses reler a história. É como se relembrar de uma joia rara e valiosa. Porque acredito que tudo aquilo que é escrito com talento e sabedoria merece ser reconhecido por alguém. Sou a favor de comentários, até porque escrevo histórias e sei que isso é o que motiva o autor. Escrevendo coisas e publicando na internet, nós autores, não ganhamos nada de material, só reconhecimento. É apenas isso que almejamos.
Estou procurando loucamente histórias boas, de verdade. Mas tá difícil, e estou querendo coisas novas. Eu me pergunto se fui eu que amadureci, ou que as pessoas foram que retardaram. Leio de tudo, sem objeções, adoro ter diferentes pontos de vista. Mas já cansei de fechar uma página quando começa ficar idiota, fútil ou vulgar demais. Sou muito exigente com as coisas que leio, prezo pela qualidade e criatividade. Claro que alguns palavrões, expressões maliciosas, não são inaceitáveis. Eu até gosto de histórias assim rs. Porém quando começa a 'pecar' desnecessáriamente sem nem razões para isso me cheira a falta de um vocabulário melhor.
Mas nunca desmotivei nenhum autor, porque a prática leva a perfeição. Só pela iniciativa já ta valendo. Eu mesma iniciei uma história rídicula, eu admito, sem nexo até mesmo pra mim, quando meu autor preferido me deu um alerta e eu deletei na hora. Depois com mais experiência criei uma outra história que está sendo um sucesso. E assim sucessivamente.Odeio plágios, é a pior coisa que pode acontecer a um autor. Acho que morreria de desgosto e choraria muito se descobrisse que as minhas histórias foram plagiadas. Isso é pior do que achar ruim, é desmerecer tudo o que fiz.
Escrevendo conheci um mundo dentro da minha imaginação que nem mesmo eu sabia que existia. Ele é tão complexo e ao mesmo tempo tão fascinante. Sei que as pessoas ao meu redor não compreendem essa minha fixação, mas já se tornou algo tão de mim, tão complementar que não me imagino sem fazer isso. Claro que bate aqueles dias sem inspiração, mas desistir jamais. Meus leitores são a minha maior força, muito mais do que a minha família. Sim, porque eles me apoiam incondicionalmente e estão em busca de algo que os proporcione prazer, me sinto imensamente feliz por isso. Minha família, ora diz que entende e ora contradiz. Eles acham exagerados as minhas ações, embora eu as vezes concorde, mas não é algo que eu perceba, é tão natural.
Sento no computador, e tudo flui rapidamente sem nem mesmo pensar. As vezes escrevo coisas impressionantes que até mesmo eu me surpreendo. E me pergunto porque é mesmo que eu não quero ser escritora? Ah, eu não tenho garantias sobre o meu futuro. Droga. Droga. Odeio isso, são poucos os que conseguem se destacar. E nesse país chamado Brasil, você tem que se garantir. Seu talento não é valorizado aqui não, a não ser que você seja um excelente em Exatas. Odeio, odeio, odeio. E é por isso que por vezes escrevo sobre o sistema de ensino brasileiro, e as suas falhas. Porque esse sistema me impede de fazer aquilo que mais me dá prazer, esse sistema me impede de viver bem, não com a certeza de meu futuro e sim com a sorte lançada, impede que meus sonhos sejam concretizados.
Mas não vou desistir.
Posso até ser advogada, mas vou fazer uma atividade secundária, vou criar coragem para escrever um livro. Até porque AMO o universo das palavras, de verdade.
Apesar disso tudo, agora pelo menos, eu estou feliz. Tenho minhas histórias, elas são publicadas nos sites, tenho devido reconhecimento e motivação para escrever. Me pergunto se quando eu quiser extrapolar essas fronteiras eu serei feliz. Acho que não.
Agora não tenho nenhuma ambição em publicar um livro. Mas tenho quase certeza que irei querer isso, porque sempre busco mais e mais. E quando isso acontecer espero que eu não me decepcione muito. Mas decepções nessa vida é o que não falta, e transformar uma fonte de prazer em algo decepcionante iria ser muita crueldade.
E como seria.