sexta-feira, 14 de maio de 2010

Lição de vida.

Essa semana fui presenteada com uma cena, que sinceramente merece ser registrada. Meu professor de Sociologia e História chegou com uma cara de choro, quando era a sua aula. Estávamos todos preocupados, porque ele é um daqueles caras que chegam sorrindo, brincando e se enturmando com a galera. Foi natural que todos fossem falar com ele, não importando o que tivesse acontecido para passar um conforto. Então, meu professor decidiu abrir seu coração e contar para a gente o que aconteceu.
Ele estava vindo para o colégio, para começar a dar as suas aulas, quando avistou um senhor de idade tentando pegar a sua bengala, sem conseguir nem obter ajuda de ninguém. Parou o carro e ajudou esse senhor a  pegar a bengala. Atravessou a rua com ele, e muitos carros não pararam em sinal de respeito para o velho passar, e durante essa trajetória o senhor falou brevemente de sua vida. Que a aposentadoria mal dava para sustentar ele, quanto mais para comprar os remédios, sendo que ele estava bastante debilitado.
Sensibilizado, meu professor se ofereceu para pagar o remédio para ele, porém não continha a quantia em dinheiro, e junto com o idoso foi na casa dele e pegou o dinheiro. Durante o caminho, o senhor mostrou todos os documentos, as receitas, e quando chegou na casa dele o velho começou a conversar com o filho de meu professor. Durante os momentos em que ele contava essa história, meu professor fazia discursos, não explêndidos, mas sim verdadeiros. E isso me tocou verdadeiramente.
Principalmente, quando ele falou que essas coisas faziam ele perder a fé na Humanidade. Sim, porque nada mais justo do que uma pessoa que trabalhou a vida inteira para melhorar o país, no final da sua vida tenha uma vida digna. E as lágrimas dele, se tornou também as minhas lágrimas. Esse senhor conseguiu encontrar meu professor, que é uma pessoa extremamente generosa, mas e quando acabar esse remédio? Qual é a garantia de que ele vai ter outro?
Nós temos, no mínimo, um motivo muito egoísta para poder pensar em uma solução para esses casos: um dia todos nós vamos envelhecer. E não vamos querer ser ignorados, nem 'excluídos' socialmente.
Uma lição, que ficou mais do que discutir 60 minutos sobre previdência social, INSS, postura do governo e sociedade. Ficou muito mais, ficou como uma ferida. Que no fundo, no fundo, se você é uma pessoa Humanista, sempre que cutucada essa ferida, dói.
Ainda dá tempo de mudar isso, é só você fazer a sua parte.
E pra você Cristiano, nota 10, nota 1000.